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Seminário Nacional “Por Uma Cultura Popular do Campo” reforça a importância das políticas públicas para a cultura camponesa

  • Foto do escritor: ecomuseurural
    ecomuseurural
  • 25 de ago.
  • 3 min de leitura


Entre os dias 19 e 21 de agosto, Brasília (DF) sediou, no auditório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Seminário Nacional “Por Uma Cultura Popular do Campo”. O evento reuniu representantes da sociedade civil, movimentos sociais, gestores públicos, universidades e organizações culturais para debater estratégias de fortalecimento da cultura camponesa e a construção de políticas públicas que assegurem o acesso e a continuidade das expressões culturais no campo.



O seminário foi promovido pela CONTAG, INCRA, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, com apoio institucional do Ministério da Cultura. A Rede Nacional de Pontos de Cultura e Memória Rurais e o Pontão Nacional Territórios Rurais e Cultura Alimentar também marcaram presença, reafirmando a importância de articular iniciativas que valorizem a diversidade cultural, os saberes tradicionais e a memória histórica das comunidades rurais.


Debates e reflexões centrais

Ao longo dos três dias, as mesas temáticas e plenárias abordaram desafios e perspectivas para a cultura do campo, destacando pontos fundamentais:

  • Falta de incentivo à diversidade cultural e às manifestações tradicionais, como música, teatro, dança, artesanato e outras expressões artísticas;

  • Importância de políticas públicas que reconheçam e apoiem a circulação e formação de agentes culturais no meio rural;

  • Criação de redes e mapeamento da cultura camponesa como estratégia para visibilidade e fortalecimento das iniciativas locais;

  • Combate à espetacularização dos recursos públicos destinados à cultura, priorizando ações que mantenham viva a identidade camponesa;

  • Defesa da cultura como ferramenta de formação e conscientização política, essencial para garantir direitos e combater desigualdades.


Durante as discussões, Carla Loop (MST) ressaltou que “o tempo dos movimentos populares e sociais é diferente do tempo do governo”, destacando a necessidade de construir políticas que dialoguem com as realidades do campo. Outro ponto amplamente defendido foi a garantia do acesso à arte e à cultura para todas as idades, com incentivo a práticas como cineclubes, grupos de teatro, dança, música e audiovisual, reconhecendo que essas iniciativas transformam vidas e fortalecem identidades.


Programação e participação

A programação contou com momentos culturais, mesas de debates e grupos de trabalho. Entre os temas discutidos estiveram:

  • Acúmulo histórico e estratégico de arte e cultura na Reforma Agrária

  • Agronegócio e os negócios da cultura

  • O campo como lugar de vida ou lugar de trabalho?

  • Política pública de cultura do campo

As atividades culminaram na aprovação de um documento final, que sintetiza as propostas e compromissos assumidos para fortalecer a cultura popular do campo em nível nacional.


Por que falar sobre cultura do campo?

Os participantes reforçaram que não há como dissociar a história, a cultura e a vida das comunidades rurais. Em um contexto de exclusão histórica, garantir políticas culturais específicas para o campo significa promover direitos, identidade e resistência. Como afirmado durante o evento:


“O que nos salva é a cultura. Precisamos dela para continuar lutando pelos nossos direitos.”

 O Seminário Nacional “Por uma Cultura Popular do Campo” reafirmou a urgência de políticas públicas que reconheçam a cultura como um direito essencial e estratégico para o desenvolvimento social no campo. As discussões evidenciaram que a arte e a cultura não são elementos acessórios, mas fundamentais para fortalecer identidades, garantir memória histórica e promover inclusão social. Também ficou claro que sem investimento consistente, monitoramento dos recursos e participação ativa da sociedade civil, os avanços podem ser comprometidos. A cultura foi apontada como uma ferramenta que forma consciência crítica, mobiliza para a luta por direitos e constrói resistência frente à exclusão e à espetacularização das tradições populares. A presença de redes e movimentos sociais, como a Rede Nacional dos Pontos de Cultura e Memória Rurais, reforça a importância da articulação coletiva para criar alternativas que mantenham viva a diversidade cultural do Brasil rural e assegurem que crianças, jovens, adultos e idosos tenham pleno acesso a espaços e práticas culturais.


Texto: Eliane de Jesus - Agente Jovem Cultura Viva do Pontão Territórios Rurais e Cultura Alimentar


 
 
 

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